quarta-feira, 8 de junho de 2011

Herbert Marshall McLuhan (1911-1980)



Marshall McLuhan nasceu em Alberta, Canadá;
Estudou Inglês e Literatura da Universidade de Matinoba;
Cursou seu doutorado em Cambridge;
Cursou engenharia na Universidade de Manitoba, mas desistiu da carreira para estudar literatura inglesa em Cambridge, nos anos 30;
Antes de retornar ao Canadá, lecionou nas universidades de Wisconsin e em St. Louis nos Estados Unidos;
Foi filósofo, professor de literatura inglesa, crítico literário e um importante teórico de comunicação;
MCLuhan foi conhecido por cunhar as expressões "o meio é a mensagem" e "aldeia global";
Mcluhan defendia que os meios de comunicação viriam a ser extensões das pessoas;
Era um crítico ferrenho ao sistema de ensino tradicional;
Considerava que os meios de comunicação são peças chave para uma melhor educação; Acreditava que a maioria do conhecimento adquirido pelas pessoas vem de fora da sala de aula, seja pela tradição oral como pelos meios de comunicação;
Dizia que a busca ao conhecimento deveria ser instigada na criança e não forçada;
Visto como um dos teóricos que fundador dos pilares do estudo da teoria da mídia;
Possui trabalhos que se aplicam nas práticas na televisão e da publicidade.

O Meio é a Mensagem
Para McLuhen, o meio, o canal e a tecnologia em que a comunicação se estabelece não só constitui a forma comunicativa, mas determina o próprio conteúdo da comunicação, influenciando inclusive no modo de pensar da sociedade.
E partir desta tese central, McLuhan desencadeou uma dupla operação:

1) Estudou a evolução dos meios comunicativos utilizados pela humanidade ao longo história.
2) Identificou as características específicas de cada um desses diferentes meios de comunicação.

Nessa evolução distingue três grandes períodos culturais. Sendo cada um deles correspondente à um modo da humanidade pensar o mundo e de nele se situar.

A Cultura Oral ou Acústica
É própria das sociedades não-alfabetizadas, cujo meio de comunicação por excelência é a palavra oral (dita e escutada);
Possuí capacidade de modulações infinitas;
Aproxima aos fatos de consciência, sentimentos e paixões;
A palavra oral suscita a criatividade de quem fala e de quem ouve;
A oralidade estimula a imaginação;
Pelo espaço pela audibilidade da voz, a palavra oral só percorre distancias curtas;
A cultura oral é limitada no tempo pela efemeridade e fugacidade da sua elocução;
A oralidade permanece somente nas memórias coletivas.

As pessoas da Cultura Oral:
São melhor preparadas para discriminar as variações dos seus afetos;
Tem acesso a uma rica, densa e multiforme experiência do mundo;
Tendem a manterem-se próximos, ligados entre si por anexos familiares e de estreita pela necessidade de manter viva uma memória coletiva.

A Cultura Tipográfica ou Visual (Galáxia de Gutenberg)
Caracteriza as sociedades alfabetizadas e que, pelo privilégio atribuído a escrita e, conseqüentemente, a leitura;
Valoriza o sentido da visão;
Reduz em densidade a capacidade expressiva e comunicativa das experiências subjetiva do mundo;
É composta por elementos móveis;
É um método de segmentação homogênea;
Processa e fragmenta as tarefas cognitivas;
Traz um modo de vida repetitivo;

Uniformiza indivíduos, objetos, fatos e pensamentos singulares;
Determina uma consciência linear;
Favorece a adoção de um ponto de vista único;
Possui a reprodutibilidade sustentada pela imprensa;
Possibilita a permanência no espaço e no tempo;
Alarga o sentimento de coletividade regional;
Permite a constituição regulada de memórias externas;
Possibita a existência de registros, inventários e arquivos de toda a espécie;
Garante a eficácia justificativa da lei;
Cria condições para a extensão da cultura;
Possibilta a formação para o público laico;
Democratiza a instrução;
Vulgariza o saber.

As pessoas da Cultura Visual
Desenvolvem a uniformidade pela escrita;
Desenvolvem a uniformidade pela leitura;
Ordenam mais logicamente seu discurso permitindo a construção de saberes racionais;
Privilegiam o sentido único da visão;
Tem a capacidade expressiva e comunicativa reduzida no que diz respeito à densidade das experiências subjetivas.

A Cultura Eletrônica
É determinada pela velocidade quase instantânea em que difusão das mensagens é feita;
Integra as sensações;
Possibilita um caráter massivo da recepção;
Permite a partilha de obras, experiências e pensamentos;
Promove um novo tipo de aproximação social, agora em larga escala;
Tem formas e estruturas de interdependência humana;
Dirigem de forma direta e envolvente a sensibilidade múltipla do espectador;
Tem como apelo a integração sensorial;
Desencadeia a apreensão do conteúdo em várias dimensões e em várias formas;
Permite restaurar a riqueza expressiva da comunicação oral;
Permite a simultaneidade sensorial e a integração intelectual;
Traz uma percepção global dos dados;
Integra o sensorial ao intelectual;
Aponta para uma estrutura interdisciplinar;
Promove a integração dos saberes;
Permite, e mesmo solicita, a participação ativa do estudante no seu próprio processo de aprendizagem;
Descristalizou a antinomia trabalho/lazer.

As pessoas da Cultura Eletrônica
Prezam pela instantaneidade;
São motivadas a partilhar de experiências;
Sentem-se aproximadas socialmente;
Tem uma percepção global dos fatos.

Aldeia Global: É um termo que se refere à interdependência que a tecnologia eletrônica, que recria o mundo a imagem de uma “aldeia global” atravessada e constituída por redes altamente complexas, velozes e pulsantes.

Mutações da Humanidade: MacLuhen defende a tese de que as mutações fundamentais na história da humanidade são pontuadas, não por grandes acontecimentos políticos, grandes descobertas, invenções ou progressos no conhecimento humano, mas pelo desenvolvimento de determinados canais ou meios de comunicação.


Bibliografia:

1951. The Mechanical Bride: Folklore of Industrial Man.
1962. The Gutenberg Galaxy: The Making of Typographic Man. Toronto: University of Toronto Press.
1964. Understanding Media: The Extensions of Man. New York: McGraw-Hill.
1967. The Medium is the Massage: An Inventory of Effects. New York: Bantam Books. (with Quentin Fiore)
1968. War and Peace in the Global Village. New York: Bantam Books. (with Quentin Fiore)
1969. "Communication in the Global Village." In This Cybernetic Age.
1996. La Aldea Global.



Fonte: http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/cadernos/mcluhan/estudo_mcl_olga.pdf

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